O jogo de futebol nem sempre foi como hoje o conhecemos,com forte tendência colectiva e elevada complexidade.Da mesma forma como a criança começa por um jogo mais directo à baliza,passa de outro de progressão individualista,até atingir um jogo mais colectivo,a modadalidade em geral passou por um processo semelhante.
Wros (1984) diz-nos a este respeito que "no início,há mais de 100 anos,não havia qualquer concepção de jogo.Nos anos oitenta de séc XIX os ingleses designaram á sua maneira "bate a bola e corre".Parece, portanto, que nos primórdios o jogo era muito simples e directo.
De seguida, uma visão muito interessante é apresentada por Morris (1981,citado por Castelo,1992): " Na época o sistema táctico dominante era 2 defesas,2 médios e 6 avançados-1880." Terá ocorrido algo muito curioso e com grande significado na evolução do jogo quando " por volta de 1880,um jogador do Queen`s Park Rangers lembrou-se de passar deliberadamente a bola.(...)Passou-se de jogo de penetração solitária ao jogo de passagem".Significa que a partir desta atitude ,pelos vistos inovadora na altura, o futebol passou a ser entenndido como um jogo colectivo.
Independentemente da precisão do encadeamento cronológico dos acontecimentos, estas referências históricas parecem significar que a evolução dos "jogos" da criança reproduzem as grandes tendências do que se passou na modadlidade.Será possível que,à semelhança do ser humano,a "ontogénese" do jogo resume a sua filogénese. O jogo da criança passa por estados evolutivos semelhantes aos da evolução histórica da modalidade.
Opiniões do Grupo:
Gabriel
Este tema é para mim de enorme relevância já que treino crianças e adolescentes e vejo esta "coincidência" com características marcantes na nossa forma de lidar com os jogadores.Não devemos estranhar que haja uma etapa na qual o jogo deles assente numa forte tendência "individualista".Foi assim na história e parece que a criança necessita de viver essa etapa para o seu amadurecimento futebolístico.
Nesta perspectiva todo o treinador de jovens deve ter especial atenção à abordagem/intervenção perante o seu grupo de atletas respeitando esta fase e deve intervir de forma a fazer com que o aluno perceba que o caminho correcto não é esse por ele mesmo.Sendo assim estamos proibidos de "castrar",ou seja, nunca se deve dar indicações do tipo não fintes,passa agora...
Este individualismo "diabolizado" no processo ensino-aprendizagem tem sido o promotor dos melhores praticantes de futebol.
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