Gabriel
Pela definição geral do termo, o " Eu" é aquilo que constitui a individualidade, a personalidade de um ser humano.
Em Psicanálise, o sentido é um pouco diferente, o Ego é aquilo que no indivíduo, adapta o organismo à realidade; é o que controla as pulsões coordenadas pelo SuperEgo.
Para Freud, o Ego constrói-se de modo conflitual. É o lugar de conjunção em que se opõe o conjunto de imposições: autoridade do pai, realidade social ...(SuperEgo) e as pulsões profundas (id), geralmente inconscientes, que são, ao mesmo tempo, as formas arcaicas do pensamento e a expressão do desejo do ser.
Para construir a sua pessoa, o sujeito deve, pois, transigir. Há, porém, diversas interpretações,sendo as mas conhecidas por serem as mais interessantes,as de Anna Freud e de Melanie Klein.
A de A.Freud é muito "clássica"; o equilíbrio potência do Ego e pulsões do id é a condição de um desenvolvimento harmonioso.Quando o sujeito encontra dificuldades, o Ego recorre a mecanismos de defesa.Quando a criança não pode mudar a realidade, ela interpõe, entre o Ego e a realidade, um sistema de filtros: negação, recalque, projecção... que o tornam suportável. Na criança normal, esses mecanismos têm um emprego limitado no tempo.
Por sua vez, M. Klein descobriu e sustentou que a experiência corporal inicial e a experiência da relação com o corpo dos outros são afectadas por uma agressividade primitiva. O corpo seria então percebido, não na plenitude e na unidade, mas na tensão (na angústia) e na divisão.
É apenas quando o sadismo (a agressão) diminui que o mecanismo dito de "clivagem" desempenha papel importante na organização do Ego, permitindo-lhe seriar as experiências vividas. É a distinção entre "bons" "maus" objectos que permitem a dosagem da angústia. Progressivamente, as pulsões libidinais vão prevalecer sobre as pulsões sádicas.É o que Melanie Klein chamou fase de reparação.

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