Técnico acusado de torturar menino maratonista é morto na Índia
O controverso treinador de um menino indiano de 5 anos que corria maratonas para bater o recorde mundial foi encontrado morto, informou a polícia nesta segunda-feira (14).
Biranchi Das e o garoto Budhia Singh se tornaram celebridades em 2006, quando Budhia entrou para a versão indiana do Guinness, o Livro dos Recordes, depois de correr 65 km sem descansar, em sete horas e dois minutos - o precurso de uma maratona tem pouco mais de 42 km. Na ocasião, seu técnico era Biranchi Das.
Em agosto do ano passado, o técnico foi processado e preso por tortura após a mãe do menino dizer que encontrou marcas em seu corpo.
Biranchi Das e o garoto Budhia Singh se tornaram celebridades em 2006, quando Budhia entrou para a versão indiana do Guinness, o Livro dos Recordes, depois de correr 65 km sem descansar, em sete horas e dois minutos - o precurso de uma maratona tem pouco mais de 42 km. Na ocasião, seu técnico era Biranchi Das.
Em agosto do ano passado, o técnico foi processado e preso por tortura após a mãe do menino dizer que encontrou marcas em seu corpo.
O chefe de polícia Amitabh Thakur disse que o treinador foi morto a tiros por um homem em uma moto na noite do domingo, quando saía de seu centro de treinamento na cidade de Bhubaneshwar. Thakur disse que é pouco provável que o ataque tenha algo a ver com o garoto e que Biranchi Das deve ter se envolvido em uma disputa com criminosos locais.
O caso de tortura não chegou a ser julgado, um processo que pode demorar anos na Índia, e o treinador foi liberado da prisão após pagar fiança. Na época, ele havia negado todas as acusações e dito que havia tirado o menino de uma favela após sua mãe tentar vendê-lo por US$ 15.
Ao falar com os repórteres, o garoto chorou e se recusou a comentar as acusações de tortura, dizendo que as pessoas deveriam esquecê-las. Ele disse que Biranchi Das era como um pai para ele e que sentiria sua falta para sempre.
Opiniões do grupo:
Gabriel
É interessante este caso do menino maratonista para correlacionar com os períodos críticos de desenvolvimento e também com a validade e importância ou não da prática precoce de desporto.
Considero fundamental que as crianças sejam estimuladas desde sempre (desde o inicio da gravidez); contudo de uma forma regular e respeitando a sequência normal de desenvolvimento psicomotor e também as especificidades de cada um. É sabido que as crianças são mais "plásticas" durante a infância pois se repararmos é nesta fase que aprendem a maioria das coisas que distingue o ser humano dos outros seres vivos. A plasticidade das redes neurais do cérebro fornece à criança enormes potencialidades para serem estimuladas pelo meio envolvente; assume, portanto, grande importância nos primeiros anos de vida o papel dos pais (neste caso, o do pai adotivo do Budhia). Brianchi Das quis desenvolver ao máximo as potencialidades do seu menino sem ter grandes preocupações com a sequência normal de desenvolvimento das crianças; as suas intenções eram levá-lo aos Jogos Olímpicos e para isso pensava ser fundamental a prática incessante de corrida. Isto gerou, como seria de esperar, grande controvérsia ... mas se pensarmos bem o caso não é único ... aliás muito pelo contrário, temos os exemplos dos ginastas, das bailarinas dos nadadores que começam a treinar muito mas mesmo muito cedo.
Eu acho que o que está aqui em causa é o doseamento da atividade e a "especialização precoce demasiado precoce"; quero com isto dizer que se realmente o menino tem potencialidades fora do normal estas devem ser estimuladas mas numa sequência progressiva e respeitando as limitações físicas do rapaz e também considero fundamental que ele não seja só treinado na corrida pois ele deve experimentar novas coisas, novos estímulos, novos desportos em regime de lazer. Poderia, portanto, treinar mais a corrida do que os outros desportos mas sempre numa perspetiva de lazer e não de competição.
Mas será que este treinador tinha hipóteses de fazer isso ao rapaz? ... Quase de certeza que não.
É lógico que o caso é muito mais complexo e tem aqui outros jogos de interesse envolvidos; mas numa contextualização geral é esta a minha opinião.
Vejamos isto noutra perspetiva agora com o video seguinte... Obriga a refletir
Relacionando com a teoria de desenvolvimento moral de Kholberg é interessante a resposta do rapaz ao entrevistador: "Quero ser o melhor maratonista do mundo e orgulhar o meu país" e também "Quero fazer com que o meu treinador seja reconhecido mundialmente".Isto se enquadrarmos no estádio dois do nível pré-convencional percebe-se que a criança pensa que se treinar é benéfico para ela porque vai ser reconhecida mundialmente e isso vai fazer com que as pessoas a idolatrem; o mesmo se aplica ao seu treinador que se se tornar famoso, a criança sabe que também o vai ser pois esse é o seu treinador; ou seja : o que é benéfico para ela também o é para o seu povo e para o seu treinador.Há uma orientação marcadamente egoísta, mas fortemente relacionado com um sentido de reciprocidade pragmática.
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